Exú - A Flor de Lótus da Espiritualidade
Guias e Fios de Contas na Umbanda
Hoje vamos falar um pouco sobre as guias utilizadas pelos médiuns de Umbanda, sua função, sua importância e o que representam dentro dos rituais de Umbanda.
Mais uma vez começo deixando claro que cada terreiro é um Universo em si e o que aqui eu escrevo, normalmente em linhas gerais, está mais voltado para a linha de Umbanda que eu sigo. Entretanto, tento pesquisar outras realidades para enriquecer de informações o texto e tentar ampliar o alcance dos assuntos tratados. Mas enfatizo que: se você frequenta um terreiro de Umbanda, Candomblé ou outro, o que vale dentro da sua casa são as regras e a doutrina ensinadas pelo dirigente. Respeito aos mais antigos é lei dentro da Umbanda. Inclusive porque essa doutrina é direcionada pelas Entidades da casa.
Passamos ao tema de hoje. GUIAS E FIOS DE CONTAS NA UMBANDA!
Guias são espécies de colares confeccionados com fios, normalmente de nylon ou aço, e certos elementos como contas de cristal, louça, lágrimas de Nossa Senhora, miçangas ou outros a depender do objetivo, da vibração a que se refere e/ou falange e da doutrina utilizada em cada casa.
São confeccionadas ritualisticamente e são considerados elementos sagrados dentro da Umbanda. Obedecem a critérios de numerologia determinados pelo terreiro, a depender da doutrina de cada casa. Têm, de modo geral, a função de atrair a vibração a que se refere cada guia e também de proteção já que durante os trabalhos espirituais servem como uma espécie de escudo para que o médium seja protegido de energias e cargas negativas.
Normalmente, as guias não devem ser utilizadas fora do terreiro, devendo apenas ser utilizadas dentro dos trabalhos espirituais, nos dias de giras e/ou trabalhos realizados dentro da casa espiritual. Entretanto, existem terreiros que autorizam ou que faz parte da doutrina da casa que os médiuns utilizem suas guias fora do terreiro. Como sempre digo, cada terreiro é um Universo em si e o dirigente é quem dita as regras que devem ser seguidas pelo seu grupo mediúnico.
As guias devem, preferencialmente, ser confeccionadas pelo próprio médium, seguindo a ritualística determinada pela casa e devem ser devidamente limpas antes de cada trabalho pra que sejam retiradas quaisquer cargas negativas que tenham absorvido e que tenham ficado impregnadas. Devem ser utilizadas apenas pelo médium a que se dirigem, não devendo ser compartilhadas com outros médiuns ou outras pessoas, o que pode ser autorizado pelo dirigente de trabalho em casos muito específicos e excepcionais.
Há terreiros onde após confeccionadas as guias o médium deve deixá-la imantando no altar e há outros, ainda, em que o médium deve apresentar a guia confeccionada a uma entidade. Trata-se de terreiros onde as guias antes de utilizadas precisam ser consagradas.
Como todo elemento sagrado na Umbanda, as guias devem receber tratamento respeitoso e cuidadoso.
A maioria dos terreiros não aceita que as guias de trabalho sejam compradas prontas, isso porque em sua confecção há que se observar todo ritual exigido pela casa como, por exemplo, a limpeza, a utilização de essências, o acender de uma vela durante o processo de montagem, a entoação de pontos, etc.
No caso dos médiuns que desejam guias para utilizarem no seu dia a dia como uma espécie de amuleto ou proteção, há dirigentes que aconselham que sejam confeccionadas especialmente para esse fim, ou seja, as que se destinam ao uso na rua, no dia a dia, não sejam as mesmas que serão utilizadas nos trabalhos espirituais, nos dias de giras, dentro dos terreiros.
As guias não devem ser utilizadas como se fossem meros utensílios de ornamentação. Muito menos ainda devem ser utilizadas para satisfação do ego e da vaidade do médium. Número de guias não significa que um médium seja melhor ou superior a outro. Ao contrário, o ego e a vaidade, são sentimentos mundanos que devem ser combatidos e vencidos por aquele médium que verdadeiramente deseja evoluir, especialmente, como ser humano.
Existe a possibilidade de uma determinada Entidade solicitar a confecção de uma guia específica para seu trabalho, informando os elementos que deseja que a componham, bem como a cromologia (cores) e numerologia (quantidade de cada elemento). Em quase a totalidade das casas espirituais isso depende de autorização do dirigente ou da Entidade que dirige a casa e os trabalhos.
A utilização de guias deve ser responsável, criteriosa e há que se ter conhecimento dos elementos e suas funções para evitar problemas para o médium e para os trabalhos realizados. A utilização indiscriminada de guias pode causar mau estar e desequilíbrio, uma vez que mexe com sua faixa vibratória.
Por fim, como regra geral, as guias são confeccionadas respeitando as cores dos Orixás e/ ou falanges a que se dirigem. Por exemplo, as guias de Oxalá normalmente são brancas; as de Iemanjá, normalmente, azul e brancas; as de Ogum, vermelhas e brancas (há casas que utilizam o azul para Ogum), as de Oxossi e caboclos normalmente são verdes, verdes e brancas ou verdes, vermelhas e brancas e assim por diante. Óbvio que isso não é uma regra, pois há variação nas cores utilizadas para cada Orixá, a depender da doutrina de cada terreiro, havendo, inclusive, diferença nos Orixás cultuados.
Acredito que em linhas gerais isso é o que tem a ser dito sobre guias de proteção e fios de contas. Espero que gostem e até a próxima!
E não esqueçam...
Fiquem em casa! Se cuidem! Se protejam! Protejam que vocês amam!
Logo, logo tudo isso vai passar e poderemos retornar às nossas casas espirituais cheios de amor, saudade e vontade de servir.
Axé!
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