top of page

Pontos Riscados na Umbanda

Hoje vamos falar um pouco sobre pontos riscados, sua função, sua importância e o que representam dentro dos rituais de Umbanda.


Mais uma vez começo deixando claro que cada terreiro é um Universo em si e o que aqui eu escrevo, normalmente em linhas gerais, está mais voltado para a linha de Umbanda que eu sigo. Entretanto, tento pesquisar outras realidades para enriquecer de informações o texto e tentar ampliar o alcance dos assuntos tratados. Mas enfatizo que: se você frequenta um terreiro de Umbanda, Candomblé ou outro, o que vale dentro da sua casa são as regras e a doutrina ensinadas pelo dirigente. Respeito aos mais antigos é lei dentro da Umbanda. Inclusive porque essa doutrina é direcionada pelas Entidades da casa.

Passamos ao tema de hoje. PONTOS RISCADOS NA UMBANDA!

Pontos Riscados são símbolos gráficos que as ENTIDADES riscam com pemba com fins diversos. São compostos por diversos símbolos que têm significados importantes e que, reunidos, identificam aquela Entidade, sua vibração de origem, sua vibração de trabalho, o tipo de trabalho realizado, informações do médium, entre tantas outras coisas.

Cada Entidade tem sua própria identidade, logo, não existem dois pontos riscados idênticos, ou um ponto riscado padrão para determinada Entidade ou falange. Ainda que se tenha na corrente de um mesmo terreiro, por exemplo, três Caboclos Pena Branca ou três Exus Marabô, cada um terá um ponto riscado único que o identifica como uma Entidade de Luz e traz ali a sua força e a sua história.

Assim, os pontos riscados são importantíssimos dentro dos rituais da Umbanda, pois é através deles que um Babalorixá ou uma Ialorixá poderá confirmar se determinado médium de fato está incorporado com a entidade que este afirma. São importantes, ainda, pois os pontos riscados são espécies de portais que são abertos para que o trabalho daquela Entidade seja realizado em harmonia com a corrente mediúnica.

Muitas vezes, o médium tem limitações e, por isso, a Entidade não risca todo o seu ponto de uma vez. Ao contrário, risca alguns símbolos e, ao longo do tempo, com o desenvolvimento do médium e maior afinidade com a Entidade, ganhando segurança e confiança, o ponto vai “crescendo”, se desenvolvendo, ganhando novos elementos até que se forme por completo. Isso é um processo normal, natural e esse tempo, preferencialmente, deve ser respeitado pelo dirigente que não deve pressionar o médium; e pelo próprio médium que não deve ficar ansioso, desejando riscar logo seu ponto, ou se comparando com outros irmãos da corrente. Cada um tem seu tempo próprio de desenvolvimento e é importante observar e respeitar o tempo de cada um.

Nesse sentido, é importante enfatizar também que o médium iniciante não deve, por curiosidade ou ansiedade, ficar pesquisando na internet, em livros, revistas e afins o ponto riscado da Entidade. Isso não dá certo! Como disse anteriormente, cada Entidade é única e tem um ponto riscado único. Pontos riscados abertos que estão expostos nesses tipos de materiais não identificarão a Entidade do médium e ainda poderá deixá-lo confuso, caso a Entidade risque algo diferente; ou sugestionado, correndo o risco deste acabar “atropelando” a atuação da Entidade. Não pesquise! Aguarde! Confie na sua Entidade! Deixe que a magia aconteça a seu tempo!

É importante também que o médium saiba respeitar tudo o que é sagrado e tratar como tal. Os pontos riscados das Entidades de Umbanda são muito sagrados, fazem parte da grande magia da Umbanda e, portanto, devem ser tratados e guardados com amor, respeito, cuidado e segredo. Não se deve ficar expondo os pontos riscados publicamente e nem comparando com os de outros médiuns.

Mais uma vez, os pontos riscados abertos expostos em materiais públicos (internet, revistas, etc.) não são os mesmos utilizados nos trabalhos de terreiros. Os pontos abertos têm natureza e objetivo diferentes e, por isso, é permitido que sejam expostos.

Em alguns terreiros as Entidades riscam seus pontos no chão e há aqueles onde as Entidades riscam numa tábua de madeira devidamente preparada para esse fim. Cada médium deve ter sua tábua e é importante que a mesma seja devidamente conservada com todos os cuidados dedicados aos elementos sagrados.

Esses pontos são riscados pelas Entidades com um giz chamado PEMBA. Em alguns terreiros só é permitido o uso de pembas brancas para que as Entidades risquem seu ponto. Mas há também terreiros que permitem o uso de pembas coloridas. A utilização de pembas coloridas é criteriosa, depende da doutrina utilizada pelo terreiro e de autorização do dirigente da casa ou da Entidade que dirige o terreiro.

Como nos pontos riscados cada Entidade trará todas as informações a seu respeito e do trabalho que realiza, através dos símbolos, trata-se de um dos mais potentes e poderosos instrumentos ritualísticos dentro da Umbanda e, por isso, deve ser tratado com o devido cuidado e respeito por dirigentes e médiuns dentro do terreiro.

Trata-se de um assunto muito amplo e, portanto, não há como esgotar, especialmente em uma única publicação. Falaremos mais um pouco a esse respeito em outra ocasião ou dentro de outras publicações em temas conexos.


Espero que tenham gostado!

Que o Pai Oxalá abençoe a vida de cada um e traga luz, paz, saúde, força e coragem pra que cada dia seja uma nova oportunidade de crescimento e evolução.

Axé!

Créditos:
Foto: https://www.facebook.com/BenditoBenedito.Umbanda/

Ponto Riscado.jpg
  • Facebook ícone social
  • Instagram
  • YouTube
bottom of page